só para iniciados. crises e cricris. neologismos e estrangeirismos. veneninho de canto de boca. xujo, malvado, bronco e de grande coração! escrevam também, email ali embaixo, à esquerda. enjoy!
Um disco como Sea Change (2002) dentro da história musical de alguém como Beck é uma espécie de refúgio. Algo como ir a um spa ou a um daqueles acampamentos de igreja. Porque de lá Beck voltou sereno, melancólico, quase um budista, falando (cantando) grave, baixinho. Nesse spa devia ser permitido levar os discos ou objetos de estimação, os preferidos. As deliciosas influências de Serge Gainsbourg_época de Melody Nelson_ecoam por várias canções, mais explicitamente em Paper Tiger, a segunda do álbum. E o produtor é Nigel Godrich, mesmo de Radiohead e Air, vai sacando o moral. Capricho puro. Mas é aquela coisa, de imediato as músicas soam todas parecidas, com aqueles mesmos violões, umas cordas graves aqui e ali, a voz de Beck em momento algum alcançando os agudos a la Prince bem marcados em Midnite Vultures, de 2001. Depois de ouvir com calma e carinho é que o negócio pega. Agora devo apreciar com mais calma Guero, o disco novo, já que Sea Change há alguns meses já se tornou aquele disco que você ouve e sabe a próxima música que vai vir, os refrões etc. E isso é ótimo! Dica: Sea Change é aquele disco meio viajante, calmo, bom pra momentos necessitados de música com silêncio, sabe?Me lembrei agora: Sea Change_mudança do mar, mudança de maré, de águas_ foi o primeiro cd que ouvi em 2005, logo depois que voltei da praia, pouco antes de amanhecer.