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3.3.05


Os Sonhadores vivem o sonho de muita gente. O sonho romântico que deve ter sido fazer parte da Paris dos anos 60, a cidade do cinema de autor, das discussões filosóficas nos cafés esfumaçados, dos estudantes nas ruas, engajados em suas causas. E, como bons franceses que são, os gêmeos Isabelle (Eva Green) e Theo (Louis Garrel) parecem não se dar conta de quão invejadas suas vidas são; ou então, como todo estereótipo de francês pinta, eles sabem que são sortudos e por isso fazem pouco caso.
O mais recente filme de Bernardo Bertolucci recupera a mentalidade dos jovens que fizeram dos anos 60 a década das revoluções e das utopias para um mundo que parecia possível: mais igualdade, mais democracia, mais arte para todos. Hoje sabemos que essas pretensões teóricas não se concretizaram da maneira como aqueles jovens gostariam; o sistema capitalista tomou total conta de nossas vidas e quem não prioriza o trabalho e o dinheiro no nosso século XXI sabe que as coisas não serão fáceis. Mas, há 40 anos, essa realidade extremamente competitiva e “globalizada” não importava, porque não era considerada.
É através dos olhos de um jovem norte-americano, Matthew (Michael Pitt) que adentramos a casa e as mentes dos gêmeos franceses. Bertolucci dá um bom exemplo ao mostrar um cidadão dos Estados Unidos que não é tratado como idiota: Michael questiona as extravagâncias dos irmãos, sejam sexuais, sejam familiares, sejam políticas. Após descobrir que Isa e Theo dormem juntos na mesma cama, pelados, ou mesmo que ambos passam diversos momentos submetendo um ao outro a provas e testes sobre cinema, onde quem perde tem que pagar de forma íntima e desconcertante, Michael começa a duvidar do hipotético engajamento de Theo na tal revolução que começava a tomar as ruas. Afinal, que jovem é esse que fica dentro de casa bebendo vinhos caros da adega do pai e discutindo cinema e ainda diz que apóia os companheiros universitários em passeata, que enfrentam policiais, mas apenas os observa da janela de seu belo apartamento? Enfim...
Os trechos de filmes de Godard e outros diretores franceses inseridos em Os Sonhadores, entre as conversas dos três amigos, não deixam de ser algumas das partes mais emocionantes do filme. E temos a bela Paris, o Louvre e a Cinemateca, o apartamento de Isa e Theo, tipicamente francês (isto é, antigo, um pouco bagunçado, precisando de uma reforma, mas totalmente charmoso), os corpos nus, a trilha sonora, tudo ajuda a fazer desta película uma grande colagem de ótimos temas, frases, canções e tomadas, mascarando uma obra não tão boa a princípio. E digo que vale a pena ver, apesar disso.


sick boy 01:27 -

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