só para iniciados. crises e cricris. neologismos e estrangeirismos. veneninho de canto de boca. xujo, malvado, bronco e de grande coração! escrevam também, email ali embaixo, à esquerda. enjoy!
Tenho uma tara por colocar pessoas pra ouvirem as músicas de que gosto, aquelas que acho importantes, que me tocaram, que me emocionaram de alguma maneira em algum lugar.
Aqui em casa mesmo: costumo colocar no som da sala uma música que gosto, e aumento o volume pra que minha mãe ou quem quer que esteja por perto possa ouvir. Percebo que na maioria das vezes as pessoas sequer prestam atenção, não perguntam quem está tocando ou que música é aquela. Quando o fazem é um prazer intenso, interno. Mas mesmo quando não tecem qualquer comentário já me sinto bem, sinto que aquilo de alguma forma entrou direitinho pelos ouvidos de todos e que, alguma hora, em alguma situação, vai ser lembrado e eles vão se perguntar: nossa, que música é essa, de onde vem essa melodia interessante, onde será que ouvi isso?
É por isso que amo dar uma de DJ. Pena que isso seja tão raro. Música pra mim é a arte maior, a maior em minha vida, é aquela que mais me toca, que mais me pega de jeito, e uma das que mais conseguem me irritar; afinal, música ruim existe aos montes, montes enormes, gigantes.Amigos costumam dizer que não consigo ouvir um cd inteiro, que sempre vou até o som (seja ele meu ou não) e mudo ou peço pra mudarem; que não posso ficar com um porta-cds na mão que tenho ímpetos momentâneos de levantar e mudar o som depois de 4 ou 5 canções. Talvez seja verdade. Talvez signifique que eu já tenha ouvido aquilo muitas vezes, ou que o papel de DJ esteja dentro de mim, mesmo: um DJ não coloca um cd e deixa rolar, ele preza pela diversidade interessante, pelo envolvimento, pela ligação emocional entre uma música e aquela que vem depois, e assim por diante. Eu sou mais ou menos assim.