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31.5.04

Reencontrei hoje este texto escrito há 6 meses, num café. Publico porque tenho dúvidas se tudo o que escrevi à mão naquele dia frio ainda faz sentido integralmente. Será?

“No dia 30 de dezembro de 2003 olho para o chão e vejo ladrilhos negros, brancos, ladrilhos azuis, cor de ferrugem e amarelo-escuros. São 20h04, terça-feira, faltam menos de 2 dias para que o ano de 2003 (o tempo não passa rápido demais?) termine. Tenho 22 anos, estou em Londres e me forço, mesmo que muitas vezes sem conseguir, a ter uma vida cada vez menos incompleta, cada vez mais significante e justificável do por quê pode (e deve) ser chamada ‘uma vida’. Mesmo que muitas vezes sem conseguir.
A percepção da descrença em tantas regras, ensinamentos e modos de ser (de viver) me pega no decorrer dos dias, não tão assustadoramente a ponto de me fazer paranóico ou por demais confuso, mas em doses homeopáticas, como que para me dar um precioso tempo de reflexão entre uma dose e a próxima, ainda que eu sinta que não reflito o bastante nesses dados períodos.
Minhas mãos suam aqui dentro, ainda que há poucos minutos tremessem ao frio das ruas de Soho. E tremiam também enquanto, há pouco, eu fumava um cigarro (ainda que ao mesmo tempo suassem), talvez por me encontrar num ambiente estranho, cheio de pessoas com seus olhos e bocas que silenciosamente parecem querer dizer coisas, que dizem coisas, coisas que dificilmente noto ou entendo e assim alimento minha crença de que não tenho a habilidade da comunicação totalmente desenvolvida, de que não sou como eu gostaria de ser (e quem é o que gostaria de ser? É assim? Nos fazemos ou somos feitos pela vida?).
E quanto ao ano de 2004, será que finalmente aprenderei o que é um relacionamento? Devo dizer que realmente espero que sim, quero e presumo que devo passar por este aprendizado. E isso inclui paixão, amor, conhecimento, vivência, sexo, brigas, tudo. Poderia dizer que este é meu plano-master para 2004, mas não quero morder minha língua nem meus dedos e tampouco espero me frustrar. Além do mais, não é de hoje que estou aberto para um relacionamento, para o amor, para essa aparente força-motriz da vida. Minhas mãos ainda suam, o chá já está frio.
Ano que vem volto para o Brasil: enigma. Semana que vem volto a trabalhar: quase um enigma. Minha vida muitas vezes parece totalmente vazia e mal-vivida, a ponto de uma vez eu ter dito a mim mesmo que eu não sei viver. E então volto à minha pergunta de frases atrás: somos levados pela vida ou fazemos nossa vida? Algo que espero descobrir rapidamente.
Ao menos devo dizer que minha auto-estima melhorou. Me acho mais bonito, me sinto mais confiante; mas ao mesmo tempo estou percebendo, ao viver em Londres, que aqui isso (a beleza, pra dizer sucintamente) parece ser menos importante que no Brasil quando levada em consideração para aproximar 2 pessoas. Mas digo isso sem a certeza dos que acham que estão seguros o suficiente para ter certeza das coisas. Não sei se ainda sou muito vulnerável a críticas/elogios, devo ser; o que só sei é que gosto mais de mim agora, talvez mais do que em qualquer outra época da minha vida. O que é bom. E 2004 vem aí, imponente e irremediável, para dominar e moldar e situar nossa existência, como todos os anos. Confuso."


sick boy 17:28 -

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