só para iniciados. crises e cricris. neologismos e estrangeirismos. veneninho de canto de boca. xujo, malvado, bronco e de grande coração! escrevam também, email ali embaixo, à esquerda. enjoy!
Era uma vez uma família composta por pai, mãe, cachorro e dois filhos. Gêmeos.
Na verdade eram filhas: Carolina e Picolina, gêmeas idênticas. E todos eram felizes, até que Picolina morreu, de forma repentina e muito, mas muito traumática. Para a família, porque pra ela não foi nada traumático, na verdade não deve nem ter doído: morreu dormindo, como deve ser, vai ver algum duende que dormia embaixo do seu travesseiro lhe deu veneno.
E a mãe e o pai e Carolina e até o cachorrinho ficaram muito, mas muito tristes, mesmo. Até aí tudo bem, é mais do que normal e aceitável e assim deve ser.
Mas o foda era pros outros, pros amigos menos próximos e pros colegas de faculdade, já que só conhecendo bem as duas garotas é que dava pra saber quem era Carolina e quem era Picolina. É claro que era foda e difícil pra família, e muito, mas eu via Carolina andando na rua, na faculdade e em toda espécie de lugar, durante todos os anos que se passaram enquanto vivi naquele lugar, e parecia que eu via um fantasma. Ou um espírito, uma pessoa que eu sabia que tinha morrido mas que tava ali, andando, falando, sempre e sempre. Essa é a grande esquisitice que envolve a morte de gêmeos.
Texto totalmente fictício, sem pretensões de ser um conto ou algo do tipo, e inspirado na morte de Diogo, o irmão de Lucas em "O Clone";
Diogo era interpretado por Murilo Benício (digo era porque ele morreu, isto é, Diogo morreu, Benício ainda vive);
Lucas também é interpretado por Murilo Benício, de forma bastante distinta, é claro.